Minha Musa
Ela era minha vizinha. Morava ao lado da minha casa. A cidade pequena facilitava que todos os moradores se conhecessem.
Não havia mais de que cinco mil habitantes. Todos sabiam da vida de todos. Até do padre. Como ele se vestia, com quem falava, como dormia, com quem dormia...Eram incríveis as bisbilhotices maledicentes, principalmente daqueles que tinham desprezo por ele. Mas, ele era um santo homem. Sua conduta ilibada dava-lhe respaldo de sobra por seu caráter irrepreensível. Procurava ser amigo de todos e a todos os perdoava.
Rute, minha vizinha era uma garota, cerca de 17 anos, morena de olhos azuis e irrequietos e cabelos cacheados pendentes sobre os ombros lisos e torneados. Era filha do prefeito. Era a coisa mais linda e delicada que havia na cidade. Todos os moleques queriam namorá-la, mas ela não dava colher de chá pra ninguém. Era inteligente, estudiosa e amiga de minha irmã.
Certo dia ao passar em frente da casa dela eu a vi, lendo um livro. Estava sentada numa cadeira de balanço à sombra de um umbuzeiro carregado de frutos, com as pernas cruzadas, tendo no colo um ursinho de pelúcia branco que o acariciava com delicadeza que dava inveja. No instante em que eu me aproximava, um vento forte vindo do leste tirou-lhe algumas folhas de papeis que as retinha entre as mãos delicadas e juvenis. Incontinente, apressei-me a apanhá-las; e o fiz com tanto apreço, que ao abaixar-me minha mão tocou suavemente no seu corpo. Ela olhou-me ruborizada, sorriu e perguntou-me:
– Você é o Miguel, irmão de Marilda? Obrigado pela gentileza, disse-me com um olhar sorrateiro. Como você está?
– Estou bem... Respondi-lhe um tanto atônito.
– Muito prazer. Somos vizinhos, não?
– Sim, já há bastante tempo. E você, como está? Perguntei-lhe, mais confiante.
– Vou vivendo. Sem coisa nenhuma para fazer, leio bastante para passar o dia. Respondeu-me com timidez, o olho fitando o chão e o coração palpitante, entre o medo do pai e a emoção de falar comigo, apesar de já ter percebido que, de uns tempos para cá, seu interesse em falar comigo se intensificava. Senti naquele rosto a expressão de alegria que teve em encontrar-me. Conversamos por algum momento, desfrutando a sombra daquele umbuzeiro que me deu a oportunidade de encontrar a garota que mais tarde se tornaria minha mulher.
Não havia mais de que cinco mil habitantes. Todos sabiam da vida de todos. Até do padre. Como ele se vestia, com quem falava, como dormia, com quem dormia...Eram incríveis as bisbilhotices maledicentes, principalmente daqueles que tinham desprezo por ele. Mas, ele era um santo homem. Sua conduta ilibada dava-lhe respaldo de sobra por seu caráter irrepreensível. Procurava ser amigo de todos e a todos os perdoava.
Rute, minha vizinha era uma garota, cerca de 17 anos, morena de olhos azuis e irrequietos e cabelos cacheados pendentes sobre os ombros lisos e torneados. Era filha do prefeito. Era a coisa mais linda e delicada que havia na cidade. Todos os moleques queriam namorá-la, mas ela não dava colher de chá pra ninguém. Era inteligente, estudiosa e amiga de minha irmã.
Certo dia ao passar em frente da casa dela eu a vi, lendo um livro. Estava sentada numa cadeira de balanço à sombra de um umbuzeiro carregado de frutos, com as pernas cruzadas, tendo no colo um ursinho de pelúcia branco que o acariciava com delicadeza que dava inveja. No instante em que eu me aproximava, um vento forte vindo do leste tirou-lhe algumas folhas de papeis que as retinha entre as mãos delicadas e juvenis. Incontinente, apressei-me a apanhá-las; e o fiz com tanto apreço, que ao abaixar-me minha mão tocou suavemente no seu corpo. Ela olhou-me ruborizada, sorriu e perguntou-me:
– Você é o Miguel, irmão de Marilda? Obrigado pela gentileza, disse-me com um olhar sorrateiro. Como você está?
– Estou bem... Respondi-lhe um tanto atônito.
– Muito prazer. Somos vizinhos, não?
– Sim, já há bastante tempo. E você, como está? Perguntei-lhe, mais confiante.
– Vou vivendo. Sem coisa nenhuma para fazer, leio bastante para passar o dia. Respondeu-me com timidez, o olho fitando o chão e o coração palpitante, entre o medo do pai e a emoção de falar comigo, apesar de já ter percebido que, de uns tempos para cá, seu interesse em falar comigo se intensificava. Senti naquele rosto a expressão de alegria que teve em encontrar-me. Conversamos por algum momento, desfrutando a sombra daquele umbuzeiro que me deu a oportunidade de encontrar a garota que mais tarde se tornaria minha mulher.
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